Do meu apartamento.

Como não tinha nada para postar, resolvi colocar aqui um texto bem “eunãotenhomaisoquefazer” que eu fiz inspirado numa música da Regina Spektor (*-*).
Mas não esperem nada bom, eu não sou o Mig (*-*).

Do meu apartamento

Do meu apartamento, eu posso ouvir tudo o que você faz, posso ouvir tudo o que acontece e todos que entram. Ouço até mesmo seu gato e o barulho que a tigela com leite faz ao tocar o chão. Ouço o som do papel que você coloca na máquina de escrever e o bater das teclas. Acelerado. Rápido. Como uma pessoa íntima da máquina. Um minuto depois, alguém mais confuso. Neste momento a velocidade já diminuiu muito. E parou. Ouço também quando você não tem idéia alguma. Não anda de um lado para o outro, como a maioria, mas acende um cigarro. Não pega bebida alguma, prefere deixar para quando surge alguma coisa. Deve observar o gato nessa hora também, ele sempre mia do mesmo jeito quando alguém o encara. A essa hora já pegou a bebida e voltou a escrever. Acelerado. Rápido. Íntimo. Confuso. Mais lento. E pára. Cigarro. Gato. Bebida. Ajeita o papel na máquina. Pára.
Do meu apartamento, eu posso ouvir tudo o que você faz, posso ouvir tudo o que acontece e todos que entram. A única coisa que não posso ouvir... é você. E isso não soa certo, não soa bem e (ironicamente) não soa de forma alguma.